Expansão da indústria brasileira: 3 dicas sobre como pegar carona nesse momento oportuno
O ano de 2024 chegou com boas notícias para a indústria brasileira. Para começar, os números do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023 foram positivos em toda a economia, com alta de 2,9% no ano passado. Quando analisada isoladamente, a indústria avançou 1,6% no ano passado, mas os dados positivos não param por aí.
Segundo o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), compilado pela S&P Global, o bom momento industrial no Brasil se estende até 2024. O começo do segundo trimestre deste ano demonstrou um forte aumento da entrada de novos negócios, estimulando a criação de postos de trabalho e a produção.
O índice PMI atingiu 53,6 em março e 55,9 em abril. Resultados acima da marca de 50 indicam sinalizam expansão da atividade industrial. Esse é o mais forte índice de aumento do setor industrial desde 2021.
Esses dados revelam uma mensagem altamente positiva sobre a retomada da indústria no Brasil.
As exportações também voltaram a crescer, após mais de dois anos de índices negativos, ainda que esse aumento tenha sido discreto. Representantes da indústria entrevistados para a composição do índice relatam vendas maiores para países da América Latina, Ásia, Europa e Estados Unidos.
E como o setor industrial pode aproveitar o bom momento e turbinar ainda mais seus resultados?
Reunimos as principais dicas dos especialistas para apresentar um guia de temáticas e práticas que podem potencializar ainda mais o resultados de indústrias Brasil afora. Confira!
1) Inovação, a bala de prata
Na cultura popular, a bala de prata é conhecida como uma chave-mestra, que abre diversas portas. E esse paralelo pode ser traçado com o papel da inovação nos processos industriais.
Seja em maquinário, processos administrativos e de produção, manutenção ou gestão, o olhar atento para a inovação pode trazer benefícios em produtividade, clima organizacional, cultura geral, segurança e demais dimensões que, no final, se refletem em maior solidez para o negócio como um todo.
A atenção à inovação é particularmente relevante no Brasil, país que, segundo o Índice Global de Inovação (IGI), ocupa a posição 49 em um ranking que engloba 132 nações e tem a Suíça como líder.
A classificação do Brasil permite o entendimento de que ainda existe margem para aprimoramentos e expansão de uma verdadeira cultura de inovação na indústria nacional e que o país pode se comparar diretamente a outra forte economia dos Brics, a Índia, que ocupa a 40ª posição do ranking.
É importante notar, no entanto, que, mesmo que lideranças empresariais façam esforços em nível mais individual para se inteirar a respeito de inovações e investir, algumas importantes barreiras ainda freiam o ambiente de inovação. A falta de políticas públicas bem estruturadas e o rescaldo da pandemia de Covid-19 - quando, mundialmente, as corporações cessaram os investimentos de risco ou sem um retorno imediato - ainda turvam o cenário da inovação globalmente.
2) Transformação digital, uma amiga íntima da inovação
Quando se fala em transformação digital, muita gente considera o termo um sinônimo de inovação. As duas definições, de fato, são bem próximas, mas se referem a elementos com objetivos distintos. Inovação é a implementação de uma iniciativa que obtém sucesso, muitas vezes melhorando algum processo e resultando em algum tipo de ganho para o negócio.
Já a transformação digital é a conversão de processos (e mentalidades!) analógicos para digitais, também trazendo ganhos para a empresa, mas de uma forma mais sistemática.
A transformação digital tem como grande vantagem a capacidade de aumentar a produtividade, mas é uma mudança que ainda enfrenta barreiras na indústria brasileira. Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que 31% das companhias ainda são totalmente analógicas, índice que é maior nas indústrias de pequeno porte.
O esforço para a digitalização é considerado por especialistas um movimento fundamental para que as empresas brasileiras possam ser mais competitivas nos mercados nacional e internacional. Lideranças da indústria devem ter essa como uma das prioridades para aproveitar o momento de crescimento do setor.
3) Foco na agenda ESG
Após o difícil período agudo da pandemia de Covid-19, o momento foi de fazer um balanço e projetar as bases para a recuperação econômica. Diante do cenário desafiador enfrentado por todos os setores, a CNI lançou o Plano de Retomada da Indústria, estabelecendo as bases para uma reindustrialização do Brasil. Nesse documento, o que fica claro é o foco que a indústria precisa ter na agenda ESG.
A área ambiental, especialmente, deve ser muito valorizada para que a indústria possa ter um crescimento sustentável. Como toda atividade humana, a operação industrial traz impactos ambientais, que precisam ser avaliados e compensados, em um mundo que sente cada vez as consequências das mudanças climáticas.
Para além das preocupações com a sustentabilidade, a adoção de iniciativas ESG também é uma estratégia que potencializa negócios. Empresas ao redor do mundo, cada vez mais, colocam como condição para seus parceiros, como fornecedores, a adequação ao padrão de cuidados com o meio ambiente, a sociedade e a governança.
Esse é um campo amplo, que passa por programas para reduzir a emissão de carbono, estimular o reflorestamento, entre muitos outros. Dentro da área de atuação de cada indústria, podem haver iniciativas que fazem mais ou menos sentido, mas, se bem estudadas e implementadas, podem ajudar a reduzir os impactos da ação humana sobre o planeta.
4) Bônus: D-U-N-S também abre portas para as indústrias
Quem acompanha o blog sabe como o D–U-N-S Number pode ser um aliado para o fortalecimento de um negócio e estabelecimento de parcerias com outras empresas, do Brasil e também do mercado global. Possuir essa certificação sinaliza para outras companhias a solidez do seu negócio, sendo um passo importante na celebração de negócios com outros players.
O D-U-N-S Number não é apenas importante para grandes corporações, mas também pode ajudar negócios de pequeno e médio porte a fechar negócios e expandir sua atuação.
Além disso, alguns planos D-U-N-S também fornecem o selo ESG Registered, que comunica o desenvolvimento de iniciativas sustentáveis por parte das empresas. Um passo e tanto para quem quer aproveitar o bom momento da indústria brasileira.
Indústria tem chance de reverter perdas da pandemia
Essas dicas podem ser úteis para que o setor industrial inicie um caminho de recuperação da sua importância para a economia brasileira. Desde a década de 2000, a indústria tem perdido participação na composição do PIB brasileiro. Em 2020 e 2021, os anos mais difíceis da Covid-19, a participação do setor na produção de riquezas do Brasil chegou a apenas 11,3%.
Para se ter uma ideia, em seu melhor momento, nos anos 1980, a indústria era responsável por 24,5% do PIB do Brasil. O atual momento de crescimento, aliado a iniciativas sólidas de governos e do setor empresarial, pode ser o pontapé para a retomada industrial do país.