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Publicado em
8/7/24 10:18 am

Desafios que os CEOs devem enfrentar em 2024

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Desafios que os CEOs devem enfrentar em 2024

O desenvolvimento de lideranças sempre buscou preparar profissionais para os desafios futuros. Só que, nos últimos anos, essa tarefa vem sendo dificultada pelo cenário de eventos imprevisíveis de alto impacto, rupturas bruscas com modelos já conhecidos e incertezas rondando cada decisão organizacional.

Então, como se preparar enquanto líder para desafios futuros se o ritmo da mudança se tornou difícil de acompanhar?

Essa é a pergunta que todos estão se fazendo.

Diante da expectativa frustrada de voltarmos a uma certa normalidade em 2023 - ano que não deu descanso em surpresas e em mudanças estruturais intensas no mercado - 2024 já começa como o ano em que os líderes precisam entender que essa realidade veio para ficar.

E em tempos desestabilizadores, não importa quais tendências de liderança estejam no radar, uma capacidade humana se destaca fortemente subjacente a elas: construir confiança.

Seja para assegurar uma implementação ética de inteligência artificial, gerir novas naturezas do trabalho, acalmar tensões políticas e de conflitos mundiais: a melhor forma dos líderes vencerem este cenário será através da construção de confiança.

A seguir veremos algumas questões complexas, previstas para que os líderes enfrentem em 2024 e como, através delas, eles podem construir uma cultura e um ambiente de confiança com os quais as pessoas possam contar.

Liderança: como se preparar para 2024

  • Inteligência Artificial como aliada

Eleita como a tecnologia mais importante de 2024 em unanimidade nas previsões de tendências, a IA Generativa sai daquele hype inicial e entra em uma fase mais prática neste ano. Ou seja, aqueles que ainda não deram o primeiro passo, já estão ficando para trás.

Podendo ser utilizada de diversas formas, em toda a economia global, a IA Generativa segue como um mistério para muitas empresas que ainda não entenderam como implementá-la em seus processos e o desafio dos líderes está em preparar a organização para aproveitar as oportunidades que ela oferece.

Nesse sentido, bons analistas de negócios e integradores de sistemas serão essenciais para integrar a IA na arquitetura geral da empresa.

Mas, nada adiantará se os funcionários não forem devidamente capacitados para aproveitar ao máximo a tecnologia.

Podemos dizer que estamos vivenciando uma revolução da requalificação de funcionários que será extremamente importante para os líderes estabelecerem confiança entre quem teme perder seu emprego ou não conseguir acompanhar um local de trabalho baseado nesta tecnologia.

As tendências de uso da IA para 2024 estão na segurança cibernética, no aumento da eficiência da cadeia de abastecimento, no desenvolvimento de novos softwares, na automatização do atendimento ao cliente e na dinamização da seleção de candidatos a empregos.

  • Navegando o mar de incertezas geopolíticas, climáticas e econômicas

O fim do acordo de grãos entre Rússia e Ucrânia e o conflito no Oriente Médio são exemplos de acontecimentos geopolíticos que impactaram a economia global em 2023. Já o conflito armado no Equador logo nos primeiros dias de 2024 escancara o clima de turbulência que segue neste novo ano.

Ainda porque temos no radar um ano de eleições – que está sendo chamado de superciclo eleitoral global. Os eleitores irão às urnas em mercados que representam cerca de 54% da população global e quase 60% do PIB global, incluindo uma eleição bastante polarizada nos Estados Unidos, que terá um impacto fundamental no ambiente de negócios global.

Junto a isso, 2024 promete registrar uma nova temperatura recorde no planeta Terra, ainda maior que a de 2023, ano em que diversos desastres climáticos impactaram vidas, oferta de alimentos e diversos negócios nos países atingidos.

Economicamente, o Fórum Económico Mundial antecipa uma nova desaceleração no crescimento económico global para 2024, influenciada pelo aumento das taxas de juro, pelo aumento dos custos de energia e por uma desaceleração nas duas principais economias do mundo - China e Estados Unidos.

Essa contínua falta de clareza econômica em larga escala, aliada à instabilidade no mercado tecnológico, turbulências geopolíticas e ambientais criará novos desafios para 2024. À medida que a disrupção se torna uma constante, a liderança exigirá uma adaptabilidade extrema.

Grandes líderes estão reavaliando suas prioridades estratégicas, centrando-se na gestão de talentos e nas expectativas dos stakeholders na abordagem de questões ambientais, sociais e de governança (ESG), criando confiança em meio às incertezas.

O relatório “Resiliency in the making”, da Accenture, também aponta outra tendência nesse sentido, mostrando que a quantidade de empresas que aumentará a sua resiliência através do investimento em automação aumentará nos próximos três anos. A automação focada em previsão de cenários pode ser valiosa para insights e rápidas tomadas de decisão.

No ambiente atual, os líderes devem ter constantemente diferentes e múltiplos cenários prontos, um desafio para os ciclos de planejamento e orçamento, mas que inevitavelmente conduzirá a menos ondas e perturbações caso seja necessário se adaptar.

  • Lidando com novas regulamentações

2024 já começou com a nova lei da União Europeia que regulamenta a elaboração de relatórios de sustentabilidade em vigor. A CSRD ou Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa é uma das bases do Pacto Ecológico Europeu e apesar de ter uma ação local específica, o mundo inteiro já se prepara para suas implicações em negócios globalmente.

Dessa forma, o ESG continua sendo um desafio para os líderes que agora não só precisam garantir a implementação de novas práticas sustentáveis, mas também precisam garantir processos internos capazes de coletar, verificar e apresentar os resultados de forma eficaz, além de seguir os novos requisitos de divulgação.

Novamente a resposta parece estar na integração da tecnologia e da análise de dados, codificando os processos ESG e transformando-os em informação relevante. Dados confiáveis, por fim, ajudam a construir confiança entre os stakeholders no momento em que muitas empresas surfam em discursos sustentáveis e sociais enganosos.

A inteligência artificial também volta aos desafios diante do uso indiscriminado e antiético de suas ferramentas, com diversas regulamentações sendo discutidas para 2024.

Aos líderes, caberá iniciativas visando estabelecer diretrizes claras para o uso da IA, garantia de supervisão humana, bem como de proteção dos dados pessoais de clientes.

  • Liderança e o local de trabalho

Os desafios de liderança são sempre caracterizados pelas exigências únicas dos tempos e em 2024 uma mudança fundamental no cenário é a mudança geracional, marcada por uma transformação na forma como as novas gerações se envolvem com o trabalho e das suas percepções do local de trabalho.

Em 2023, vimos uma lacuna crescente entre executivos e seus funcionários no retorno ao trabalho presencial, com a normalização pós pandemia, evidenciando um distanciamento entre os líderes e os anseios de sua equipe.

Muitos trabalhadores questionam essa resistência ao trabalho remoto como uma falta de confiança de seus chefes na capacidade deles serem produtivos em casa e isto, por sua vez, deteriora a confiança nos líderes.

A quebra de confiança também acontece na mudança de políticas de trabalho remoto, especialmente em prazos curtos e com pouca comunicação, depois dos funcionários tomarem decisões financeiras e de vida significativas diante das promessas dos líderes.

Se os CEOs acreditam mesmo que o envolvimento e a retenção dos funcionários são as suas principais preocupações empresariais, eles precisam considerar que ações e políticas irão impulsionar os resultados que procuram diante dessa nova realidade.

Como, por exemplo, desenvolver políticas que não só acomodem, mas que também se beneficiem de estruturas de trabalho remotas e híbridas. Precisam também ter uma estratégia clara sobre como pretendem construir e manter a confiança nesses formatos de trabalho, além de serem consistentes com comunicações anteriores e explicar claramente por que estão fazendo alterações.

Tudo isso partindo de uma maior conexão dos líderes com os trabalhadores da linha de frente, compreendendo o que é importante para eles.

Em 2024, ações para criar ambientes onde a Geração Z e todas as outras gerações se sintam valorizadas e compreendidas, adaptar programas de liderança no sentido de preparar gerentes e executivos para liderar equipes mais jovens, diversificadas, remotas e distribuídas de forma eficaz, serão muito valiosas.

O que fazer de diferente em 2024?

Ao olharmos para 2024, todas estas tensões no local de trabalho e no mundo estão criando uma tempestade preocupante de volatilidade, que só pode ser vencida através da construção de confiança.

Seja escolhendo como implementar a IA, encarando imprevistos ou mudando a natureza do trabalho, será mais crucial do que nunca que os líderes tenham uma visão forte para o futuro e que os stakeholders possam compreender o “porquê” por trás do que fazem, se tornando os próprios defensores de suas decisões.

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