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Publicado em
3/9/24 2:41 pm

Indústria 5.0 e como se preparar para o futuro da manufatura

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Indústria 5.0 e como se preparar para o futuro da manufatura

As máquinas vão substituir os humanos? Ao viver a revolução da tecnologia e Inteligência Artificial, fica difícil não nos depararmos com a dúvida. Se é o seu caso, pode se tranquilizar que a resposta é não. Em vez disso, o que tendências e especialistas apontam é que elas vão colaborar e evoluir juntos: tecnologia, humanos e o meio ambiente no centro dos processos industriais. 

É sobre isso que se trata a Indústria 5.0, apontada como a próxima fase na evolução da manufatura.

Enquanto a maioria das empresas ainda está envolvida na Indústria 4.0 ou em estruturas anteriores, lentamente o conceito de Indústria 5.0 vai ganhando força e mostrando o futuro do progresso e onde as indústrias estarão nos próximos anos. 

Uma nova era que vai além da automação e digitalização da Indústria 4.0.

Saiba mais agora!

Como surgiu e o que é Indústria 5.0

O termo Indústria 5.0 foi cunhado em 2015 em um artigo pelo especialista em logística Michael Rada, para se referir a uma revolução baseada na ideia da redução do desperdício na fabricação (tempo, físico e materiais). 

Mais tarde, em 2021, a União Europeia consolidou o conceito como uma nova era na manufatura, definindo-a como "uma visão da indústria que visa além da eficiência e da produtividade como únicos objetivos e reforça o papel e a contribuição da indústria para a sociedade.”, que coloca o bem-estar do trabalhador no centro do processo de produção e usa novas tecnologias para proporcionar prosperidade além de empregos e crescimento, respeitando os limites de produção do planeta. 

E complementa a abordagem da Indústria 4.0 "ao colocar especificamente a pesquisa e a inovação a serviço da transição para uma indústria europeia sustentável, centrada no ser humano e resiliente."

A Indústria 5.0 reflete uma mudança de foco no valor econômico para um foco no valor social. 

Uma ideia de desenvolvimento que está ganhando muita força nos últimos anos, basta observar algumas das pautas que se tornaram protagonistas nos investimentos organizacionais, como por exemplo, ESG (Environmental, Social and Governance), Tripé da Sustentabilidade (ou Triplo Resultado) e Responsabilidade Social Corporativa.

Porém, essa nova abordagem totalmente inclusiva irá além de empregos e crescimento para se tornar uma provedora resiliente de prosperidade. Em vez de perguntar o que os trabalhadores podem fazer com a nova tecnologia, a Indústria 5.0 pergunta o que a tecnologia pode fazer pelos trabalhadores. 

E esse é o cerne das diferenças entre a Indústria 4.0 e a 5.0, como veremos a seguir.

Principais diferenças das Indústrias 4.0 e 5.0 

Há um certo ceticismo justificável em torno do conceito da Indústria 5.0 como uma nova era da manufatura. 

Afinal, historicamente, demoramos aproximadamente 90 anos entre cada revolução industrial, até chegarmos à terceira revolução. A partir daí, foram necessários 40 anos para chegarmos à quarta. E de repente, depois de apenas uma década desde a introdução da 4.0, alguns visionários já começam a debater a noção de 5.0. 

O que muda é que, com a rapidez no desenvolvimento de novas tecnologias, é muito provável que de fato veremos uma nova revolução industrial ser implantada em menos de 20 anos desde a última.

Alguns críticos do termo também acreditam que não há nenhum avanço tecnológico real sendo vinculado à Indústria 5.0 e que os objetivos atribuídos à nova revolução não configuram um salto revolucionário para frente, se tratando mais sobre usar as tecnologias que já temos de uma forma melhor, mais inteligente e mais sustentável.

Os defensores da Indústria 5.0, no entanto, apontam que as mudanças que podem parecer superficiais em comparação a 4.0, são mais radicais do que possamos esperar à primeira vista. Começando por quem cunhou o termo, Michael Rada, que afirma: "a indústria 5.0 é a primeira evolução industrial liderada pelo homem (humano) e isso a torna muito diferente de tudo o que foi introduzido antes."

Diferentemente de fases anteriores, que enfatizavam a automação e a substituição do trabalho humano, a Indústria 5.0 busca alavancar os pontos fortes de humanos e máquinas para melhorar os processos de fabricação. 

Ao fortalecer a colaboração entre humanos e robôs, a Indústria 5.0 expande os pilares da Indústria 4.0 por um impulso que coloca a criatividade e o bem-estar humanos no centro da indústria, em vez da mera eficiência, onde cabem às máquinas/robôs a responsabilidade de executar tarefas repetitivas e monótonas, enquanto as pessoas exercem a distinta responsabilidade de atuar com capacidade analítica às questões mais críticas de um processo.

Desse modo, a produção em massa, defendida na Indústria 4.0, dá lugar à personalização em massa, impulsionada pela Indústria 5.0, com foco na satisfação do cliente. 

Assim, o nível de personalização em larga escala será cada vez mais possível por meio de tecnologias avançadas, que tornará o tempo que se leva para receber o item personalizado não maior do que o tempo que se leva para reabastecer um item típico produzido em massa. 

Colaboração homem-máquina na Indústria 5.0

Desde o início da Indústria 4.0, presenciamos enormes avanços na integração da robótica máquina-a-máquina ao lado de funcionários humanos, bem como progressos rumo à completa digitalização, com diversas integrações de redes sem fio, funções baseadas em nuvem e a Internet das Coisas.

São tendências que continuarão a se expandir, porém, agora com a noção de que nem tudo pode - e deve - ser automatizado e que muitas tarefas no futuro ainda exigirão controle ou envolvimento humano. Pois, enquanto os robôs são incansáveis ​​e precisos, eles são literais e carecem da capacidade de pensamento crítico e criativo de seus parceiros humanos. 

Em particular, a Indústria 5.0 traz a necessidade de trabalhadores altamente qualificados, pedindo por uma força de trabalho versátil, com conhecimento de tecnologia e em constante evolução para trabalhar lado a lado dos robôs colaborativos (cobots) – aumentando o valor que cada um traz para a produção. 

Isso implica uma mudança no mercado de trabalho, onde a demanda por trabalhos menos qualificados pode diminuir significativamente.

Por isso, será essencial que os funcionários não apenas tenham uma compreensão de suas principais habilidades, mas também sejam adeptos dos últimos avanços tecnológicos que caracterizam essa nova revolução industrial.

Já a geração evoluída de máquinas, equipada com sensores e controladores alimentados por IA que lhes permitem trabalhar ao lado de humanos de forma segura e não intrusiva, é versátilversáteis, facilmente programável, segura e intuitiva  de usar.

Funcionam como um guia ou assistente, ao contrário de robôs autônomos que – uma vez programados – trabalham de forma independente. Esse relacionamento sinérgico entre robôs colaborativos e humanos reúne as forças inatas de humanos e máquinas para realizar tarefas ou processos específicos, ajudando a desbloquear a inovação.

Um exemplo disso pode ser aplicado na indústria da moda de luxo, onde peças de grifes personalizadas poderão ser entregues no mesmo dia do pedido. Enquanto designers criam esboços e os aplicam em um modelo 3D de um manequim no computador ou em um ambiente de realidade virtual, os cobots podem ser responsáveis ​​por coletar, cortar, segurar ou até mesmo costurar tecidos, em tempo real.

As tecnologias da Indústria 5.0 ajudam a derivar o melhor dos dois mundos, apoiando a criatividade humana e a eficiência mecanizada.

Princípios da Revolução Industrial 5.0

De acordo com o princípio de Indústria 5.0 da União Europeia, o conceito tem três pilares principais: centrada no ser humano, resiliente e sustentável. Todos os três têm implicações significativas para a estratégia de negócios, não se limitando apenas à “indústria” e sim a todos os setores e organizações que se possa imaginar, com uma aplicabilidade significativamente mais ampla do que a Indústria 4.0.

  • Estratégia centrada no ser humano

O infográfico da publicação europeia classifica como aquela que “promove talentos, diversidade e empoderamento”. É uma mudança de perspectiva, mais radical do que parece, de pessoas servindo organizações para organizações servindo pessoas.

Hoje, a estratégia é principalmente sobre ganhar uma vantagem competitiva e usá-la para criar valor agregado único para os clientes. No entanto, se as organizações se tornarem verdadeiramente centradas no ser humano, a primeira implicação para a estratégia é que ela precisa ser sobre ganhar uma vantagem competitiva e usá-la para criar valor agregado único para os funcionários.

Uma transformação que se alinha bem com os desenvolvimentos atuais no mercado de trabalho, em que muitas vezes encontrar, servir e manter talentos se tornou um desafio muito maior do que encontrar, servir e manter clientes.

  • Estratégia Resiliente

Ainda de acordo com a mesma publicação, uma estratégia resiliente é “ágil e resiliente com tecnologias flexíveis e adaptáveis”. 

E hoje, depois de imprevistos que mudaram drasticamente o mercado como Covid-19, escassez global de suprimentos e a guerra na Ucrânia, resiliência é de fato uma estratégia central para qualquer um.

Também muito mais radical do que possa parecer, essa mudança implica que o foco principal da estratégia deixa de ser o crescimento, o lucro e a eficiência e passa a ser a criação de organizações "antifrágeis", ou seja, que sejam capazes de antecipar, reagir e aprender sistematicamente com qualquer crise, garantindo um desempenho estável e sustentável.

  • Estratégia Sustentável

Compartilhando as mesmas palavras da Comissão Europeia, é aquela que “lidera a ação sobre sustentabilidade e respeita os limites planetários”. Mas, nesse quesito, qualquer pessoa pode argumentar que a estratégia sustentável já é realidade há muito tempo.

E novamente, as mudanças propostas pela nova era também são radicais.

Adotar totalmente a sustentabilidade na estratégia de uma empresa implica em muito mais do que o que tem sido feito. Hoje, os esforços se concentram em reduzir, minimizar danos ou em greenwashing. Porém, em vez de apenas reduzir o impacto negativo da organização, as empresas verdadeiramente sustentáveis ​​passam a focar em aumentar seu impacto positivo.

Ou seja, a estratégia sustentável na Indústria 5.0 faz com que as empresas se tornem parte da solução, em vez de parte do problema.

Como se preparar para a Indústria 5.0

A visão da nova era te assusta ou te atrai?

Historicamente, a União Europeia tem empurrado as empresas globais para o próximo nível e o fato dela ter construído o conceito de Indústria 5.0 com base nos três pilares que vimos anteriormente, diz muito às empresas sobre o que o verdadeiro progresso significará nos próximos anos.

Portanto, apesar das empresas ainda estarem muito engajadas na implementação da Indústria 4.0 e do conceito de Indústria 5.0 não ter ganhado muita força, nunca é cedo demais para começar a jornada em direção às transformações que ela pode trazer. 

Da adoção de tecnologias avançadas à otimização da cadeia de suprimentos, há muitas coisas que as empresas precisam fazer para garantir que estejam prontas para a Indústria 5.0. 

A transição para a Indústria 5.0 requer uma cultura de aprendizado e adaptação contínuos. Os fabricantes devem avaliar as tecnologias existentes para identificar possibilidades de melhoria. Devem investir em programas de treinamento para qualificar sua força de trabalho, garantindo que estejam equipados para lidar com novas tecnologias e processos, colocando ou desenvolvendo a competência humana onde ela for mais adequada.

Por sua vez, o funcionário humano se sentirá mais valorizado, fortalecido, capaz e poderá contribuir com as máquinas para uma produção sustentável. A expectativa é que os dados e informações estejam na palma das mãos, facilmente acessíveis, e que o funcionário precise tomar as decisões. 

As vantagens de longo prazo da adoção da Indústria 5.0 se alinham com seus valores essenciais. Por exemplo, melhor atração e retenção de talentos, maior economia de energia e maior resiliência geral, melhorando a competitividade e a relevância das empresas ao se ajustar com sucesso a um mundo em mudança e a novos mercados.

Ou seja, não são mudanças estratégicas apenas para se manter atualizado, é sobre se posicionar para competitividade e crescimento futuros em um cenário industrial em constante evolução. 

E dados os principais desafios e crises atuais que estamos enfrentando, a Indústria 5.0 responde perfeitamente como solução, moldando organizações — e, como resultado, a sociedade — mais centradas no ser humano, resilientes e sustentáveis.

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